segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Às curvas da estrada e da sola do pé



Embora tenha viajado por mares dantes, nunca ouviu chuva com a entrega de quem assiste missa. Também não pisa o limite de quem urra na cama ou num show.

Sabe que a antiga pitonisa continua solta dando senhas: são as pernas andróginas de Orlando e Dorian. Mas sempre do outro lado.

Como garçom, curte sola. Anuncia sempre um novo prato. Traz a inquietude de bandeja e repete falando sério: é bem melhor você parar com essas coisas. O sambódromo treme. O sertão inunda. Riobaldo acorda. Cansado de pactos nas veredas mortas, sussurra de amparo, aperta os dedos no pau da canoa e faz acordos que é uma beleza.