sábado, 17 de outubro de 2009

Poeminha Didático

Escrita em 1991, a primeira versão deste texto integrou a monografia "A Consciência Histórica do Poema". A referida monografia foi produzida no curso "A Modernidade da Poesia Brasileira", ministrado pelo crítico João Alexandre Barbosa numa Especialização em Literatura Brasileira na UFRN.


Quadrilha Moderna Para Dois Andrades


I

João lia Murilo
relido por Bandeira
que descobriu Cabral
que dedicou Pedra
do Sono a Carlos
.
Drummond louvou Bandeira
(“Desligamento do Poeta”)
que consagrou Cabral
(“Mafuá do Malungo”)
que na Quaderna releu Murilo

Mendes joãocabralizou-se
parceiro de Jorge de Lima
em Tempo e Eternidade
(pós Poemas com "Canção
do Exílio" e "Ângulos")

Carlos tinha uma pedra
Bandeira, um cacto
Murilo, a "Máquina de Sofrer"
Os Campos re-visaram
Sousândrade, Galáxias
.

II


O Eu escarrou
nas Belas Artes do país
bem antes das fezes
cabralinas de Gullar
sujar o poema
.
Cecília filmou em Ouro
a luz sem data
no país da arcádia
Jorge e Vinícius
inventaram Orfeu
.
Hilda tocou oboé
Teia teceu Orides
Adélia trouxe Bagagem
Baú...
e Arranjos... fizeram
Quintana e Manoel de Barros
.
Cabral criou o Museu
de Tudo e todos entraram
na história do poema:
de Gregório a Leminski
Alvim Waly Ana C