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Texto publicado na Revista Suíte Rio n 6, Rio de Janeiro, 2004
Criado no cenário militar do final dos anos 70, quando o corpo da geração “odara” pedia para cantar e dançar, e quando ainda havia no ar alguns roteiros utópicos de projetos grupais, o PROJETO SEIS E MEIA é um dos marcos mais importantes da Música Popular Brasileira. Assim como a praia de Ipanema – que ganhou da Prefeitura do Rio de Janeiro o status de “patrimônio” a ser preservado –, o PROJETO SEIS E MEIA transformou-se numa “instituição” nacional e, como todo projeto produtivo, requer preservação e re-edição.
A praia de Ipanema e esse projeto têm muito em comum. Batizada com o nome do referido bairro, a carnavalesca Banda de Ipanema e o SEIS E MEIA possuem um mesmo criador: o advogado Albino Pinheiro (1934 - 1999). Destacado nos meios artísticos e culturais cariocas pela sua capacidade de criar e produzir, Albino entrou para a crônica cultural da cidade do Rio de Janeiro como um dos personagens que mais sintetizam o espírito carioca; seja pela sua postura comprometida e empreendedora, seja pela sua alma carnavalesca e festiva. A música, a dança, a festa moviam a vida e as produções de Albino Pinheiro.
Movido pela multiplicidade de ritmos musicais que sempre embalaram o Rio de Janeiro – onde o samba e a marchinha nivelam praticamente tudo, musical e socialmente falando –, Albino lançou mão desse vasto cardápio musical da cidade, e a partir do seu público potencial criou o PROJETO SEIS E MEIA. Objetivando uma melhor divulgação da Música Brasileira menos veiculada pela mídia, o projeto marcou pela ousadia de juntar os estudantes, os trabalhadores, as classes mais abastadas e as camadas mais populares em shows de altíssimo nível, após o expediente de trabalho, a preços populares. Esses shows foram responsáveis pelo lançamento de novos talentos nacionais, além de incrementar a consolidação ou o resgate da careira de grandes cantores, compositores, músicos e instrumentistas.
Alguns desses artistas tiveram suas obras resgatadas do esquecimento; outros, foram incentivados na fase inicial de suas carreiras. Dentre os artistas que “recheavam” o cardápio musical do PROJETO SEIS E MEIA, destacam-se grandes nomes da MPB, como: João Bosco, Clementina de Jesus, Nara Leão, Nana Caymmi, Edu Lobo, Nelson Cavaquinho, João Nogueira, Sandra de Sá, Marlene e Boca Livre, dentre outros.
Seis e Meia Versão Século XXI
Ao adentrarmos o novo milênio, somos testemunhas de uma “enxurrada” de regravações de canções, de programas na TV em formatos acústicos, antologias musicais, remakes de novelas e até releituras de enredos de escolas de samba. Sinal dos tempos: reciclar o passado e seus arquivos tornou-se imperativo para os produtores de arte e cultura. Nunca os retornos foram tão presentes em nossa cultura.
Objetivando reativar o SEIS E MEIA a nível nacional, além de homenagear a figura de Albino Pinheiro, o seu criador, a nova versão do projeto será coordenada pela produtora Jussara Santos. Para a realização dessa hommage, Jussara pretende realizar e exibir, antes dos shows, um vídeo-documentário narrando a vida do produtor carioca que morreu aos 65 anos. Com vasta experiência na produção de shows e eventos nas áreas da cultura e do entretenimento, a referida produtora pretende relançar o projeto no Rio de Janeiro, optando pela cidade de São Paulo como local de estréia; além de possibilitar a abertura de franquias para as outras cidades do Brasil.
Nesta versão século XXI, o SEIS E MEIA será realizado no período de Agosto de 2004 a Maio de 2005. A programação dos shows será semanal, sendo que nas três primeiras semanas de cada mês serão feitas apresentações de artistas locais e nacionais. O novo projeto prevê, para cada show, uma múltipla estrutura de divulgação e, mediante a avaliação do público, os artistas participantes concorrerão a um prêmio em dinheiro. O público também será premiado: além de voltar a ver os shows dos grandes nomes da MPB e de conhecer os novos talentos que o projeto se propõe a revelar, terá novamente ingressos a preços populares, com tarifas promocionais para estudantes e maiores de 65 anos.
Num tempo no qual os musicais foram banidos da TV, a maioria das rádios continua tocando apenas a descartável música de cada dia, e dos festivais de música só restaram os antigos medalhõesparticipantes, nada mais salutar do que este retorno do PROJETO SEIS E MEIA। Assolados pela falta de sutileza e de qualidade das canções que diariamente machucam nossos tímpanos, os ouvintes brasileiros agradecemos.
Criado no cenário militar do final dos anos 70, quando o corpo da geração “odara” pedia para cantar e dançar, e quando ainda havia no ar alguns roteiros utópicos de projetos grupais, o PROJETO SEIS E MEIA é um dos marcos mais importantes da Música Popular Brasileira. Assim como a praia de Ipanema – que ganhou da Prefeitura do Rio de Janeiro o status de “patrimônio” a ser preservado –, o PROJETO SEIS E MEIA transformou-se numa “instituição” nacional e, como todo projeto produtivo, requer preservação e re-edição.
A praia de Ipanema e esse projeto têm muito em comum. Batizada com o nome do referido bairro, a carnavalesca Banda de Ipanema e o SEIS E MEIA possuem um mesmo criador: o advogado Albino Pinheiro (1934 - 1999). Destacado nos meios artísticos e culturais cariocas pela sua capacidade de criar e produzir, Albino entrou para a crônica cultural da cidade do Rio de Janeiro como um dos personagens que mais sintetizam o espírito carioca; seja pela sua postura comprometida e empreendedora, seja pela sua alma carnavalesca e festiva. A música, a dança, a festa moviam a vida e as produções de Albino Pinheiro.
Movido pela multiplicidade de ritmos musicais que sempre embalaram o Rio de Janeiro – onde o samba e a marchinha nivelam praticamente tudo, musical e socialmente falando –, Albino lançou mão desse vasto cardápio musical da cidade, e a partir do seu público potencial criou o PROJETO SEIS E MEIA. Objetivando uma melhor divulgação da Música Brasileira menos veiculada pela mídia, o projeto marcou pela ousadia de juntar os estudantes, os trabalhadores, as classes mais abastadas e as camadas mais populares em shows de altíssimo nível, após o expediente de trabalho, a preços populares. Esses shows foram responsáveis pelo lançamento de novos talentos nacionais, além de incrementar a consolidação ou o resgate da careira de grandes cantores, compositores, músicos e instrumentistas.
Alguns desses artistas tiveram suas obras resgatadas do esquecimento; outros, foram incentivados na fase inicial de suas carreiras. Dentre os artistas que “recheavam” o cardápio musical do PROJETO SEIS E MEIA, destacam-se grandes nomes da MPB, como: João Bosco, Clementina de Jesus, Nara Leão, Nana Caymmi, Edu Lobo, Nelson Cavaquinho, João Nogueira, Sandra de Sá, Marlene e Boca Livre, dentre outros.
Seis e Meia Versão Século XXI
Ao adentrarmos o novo milênio, somos testemunhas de uma “enxurrada” de regravações de canções, de programas na TV em formatos acústicos, antologias musicais, remakes de novelas e até releituras de enredos de escolas de samba. Sinal dos tempos: reciclar o passado e seus arquivos tornou-se imperativo para os produtores de arte e cultura. Nunca os retornos foram tão presentes em nossa cultura.
Objetivando reativar o SEIS E MEIA a nível nacional, além de homenagear a figura de Albino Pinheiro, o seu criador, a nova versão do projeto será coordenada pela produtora Jussara Santos. Para a realização dessa hommage, Jussara pretende realizar e exibir, antes dos shows, um vídeo-documentário narrando a vida do produtor carioca que morreu aos 65 anos. Com vasta experiência na produção de shows e eventos nas áreas da cultura e do entretenimento, a referida produtora pretende relançar o projeto no Rio de Janeiro, optando pela cidade de São Paulo como local de estréia; além de possibilitar a abertura de franquias para as outras cidades do Brasil.
Nesta versão século XXI, o SEIS E MEIA será realizado no período de Agosto de 2004 a Maio de 2005. A programação dos shows será semanal, sendo que nas três primeiras semanas de cada mês serão feitas apresentações de artistas locais e nacionais. O novo projeto prevê, para cada show, uma múltipla estrutura de divulgação e, mediante a avaliação do público, os artistas participantes concorrerão a um prêmio em dinheiro. O público também será premiado: além de voltar a ver os shows dos grandes nomes da MPB e de conhecer os novos talentos que o projeto se propõe a revelar, terá novamente ingressos a preços populares, com tarifas promocionais para estudantes e maiores de 65 anos.
Num tempo no qual os musicais foram banidos da TV, a maioria das rádios continua tocando apenas a descartável música de cada dia, e dos festivais de música só restaram os antigos medalhõesparticipantes, nada mais salutar do que este retorno do PROJETO SEIS E MEIA। Assolados pela falta de sutileza e de qualidade das canções que diariamente machucam nossos tímpanos, os ouvintes brasileiros agradecemos.